O triunfo do filme O 47º na última gala dos Prémios Goya pôs em evidência um bairro de Barcelona até agora desconhecido para muitos: Torre Baró.
Pertencente ao bairro de Nou Barris, o filme galardoado deu um impulso à popularidade de uma zona afastada da azáfama das Ramblas e da zona costeira da cidade, e que alberga um dos melhores miradouros de toda a Barcelona.
O miradouro da Torre Baró oferece uma vista panorâmica do bairro de Nou Barris, da serra de Collserola e de toda a cidade de Barcelona até ao Mar Mediterrâneo. Como o filme tenta mostrar, a vista em si é uma metáfora da história do bairro, separado do desenvolvimento da grande cidade, que observa à distância o crescimento excessivo de Barcelona.
Da colina da Torre Baró avista-se o castelo com o mesmo nome, uma construção de 1905, inicialmente concebida como um hotel, no âmbito de um grande projeto de urbanização que visava transformar esta zona de Barcelona num bairro de cidade-jardim. O sítio Web Barcelona en horas de oficina (Barcelona nas horas de expediente) inclui um extenso relatório sobre a história do bairro e deste plano falhado que conduziu a uma situação semelhante à retratada no filme El 47.
Desde que o castelo foi declarado património histórico da cidade, em 1984, o miradouro ganhou visitantes e popularidade, mas as hordas de turistas que se aglomeram em zonas como Tibidabo ou El Carmel não vêm aqui.
Durante anos, a zona do miradouro sofreu uma deterioração que levou a que, em 2024, tivesse de ser novamente remodelada, com um custo de 713.854 euros financiados pelo Plano de Barris.
Quem sobe aqui pode ver os bairros de Nou Barris, Horta, Sant Andreu e Sant Martí, bem como Besós, Santa Coloma, Sant Adrià e Badalona.
O filme El 47 colocou no mapa a história da luta do bairro de Torre Baró, com uma história centrada no roubo simbólico de um autocarro por Manolo Vital para denunciar a falta de serviços básicos no bairro durante a década de 1970.
Para chegar ao miradouro de Torre Baró de autocarro, deve apanhar o autocarro 182 em direção a Torre Baró.