Se, em tempos, ter cães era o prelúdio para ter filhos, a vida moderna já não nos permite isso, e agora os catalães estão a optar cada vez mais pela versão menos exigente (ou mais caseira) dos animais domésticos: os gatos.
A Catalunha está a ficar “felinizada”, como explica um inquérito do Col-legi de Veterinaris de Catalunya, que mostra que há cada vez mais gatos e menos cães nos lares catalães.
Número recorde de felinos em casa
Esta é uma mudança de tendência. Em 2o21, registou-se um número recorde de animais de companhia, em grande parte, dizem, devido à pandemia de Covid-19, que obrigou mais pessoas a ficarem em casa (e deu aos donos de cães o benefício de saírem para passear os seus cães). 123.000 registos foram feitos, 70% deles cães. Foram efectuadas 123.000 inscrições, 70% das quais de cães, mas esse foi o último ano.
A partir daí, observou-se uma mudança de tendência e, de acordo com dados do Arxiu d’Identificació d’Animals de Companyia (AIAC), em 2024 o número de novos registos de gatos aumentou 14,2% em relação a 2021, enquanto os de cães diminuíram 23%.
Segundo Paula Calvo, doutorada em Antrozoologia e uma das responsáveis pelo estudo, “partimos de uma subidentificação dos gatos, que não estão habituados a registar e, mesmo assim, hoje, apenas 5% dos gatos que chegam aos abrigos têm chip, contra 33% dos cães”. Por conseguinte, é provável que o número de gatos nos lares catalães seja ainda mais elevado.
O Col-legi de Veterinaris de Catalunya explica que os gatos são vistos como um animal mais fácil de cuidar e, embora os cuidados de que necessitam sejam menores do que os de um cão, muitas pessoas subestimam os cuidados de que necessitam e devolvem-nos ao menor contratempo.
Por seu lado, José Luis Condom, professor da Universidade de Barcelona e doutor em Sociologia, explica que os seres humanos optam muitas vezes por ter animais de estimação porque “são o antídoto para a solidão e a depressão”. Para Condom, uma razão muito importante para preferir um gato a um cão pode ser as mudanças no ambiente de trabalho, especialmente em termos de horários, que permitem menos tempo.
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